Há séculos, a Igreja reconhece o chamado para cuidar das pessoas que estão às margens da sociedade como algo essencial para cumprir nossa missão como seguidores de Cristo. A “opção preferencial pelos pobres” é um princípio fundamental dentro do ensino social católico, e seu objetivo é a justiça social e econômica. No último século, também surgiu um corpo de ensinamentos que nos lembra de nossa responsabilidade de cuidar da diversidade da vida na Terra, inclusive dos sistemas ecológicos essenciais para a vida, como uma preocupação fundamental para os católicos. Esses ensinamentos recentes trazem considerações sobre como as pessoas devem investir seu dinheiro.
Em sua encíclica Laudato Si’: sobre o cuidado da casa comum, lançada em junho de 2015, o Papa Francisco explica de maneira mais detalhada como a destruição ecológica está ligada à busca por justiça. Aliás, a Laudato Si’ coloca o cuidado pela criação como um componente central na vivência da fé cristã.
Na encíclica, Sua Santidade é bastante explícito em relação a como a queima de combustíveis fósseis é um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. Portanto, é nossa responsabilidade fazer a transição para as fontes renováveis de energia o mais rápido possível. “Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser substituída progressivamente e sem demora.” [165] Laudato Si’, Papa Francisco
Desde a publicação da Laudato Si’, todas as pessoas que habitam este planeta devem pensar como nós decidimos nos envolver neste mundo ameaçado por crises sociais e ecológicas. De maneira louvável, muitos católicos fiéis estão reagindo, moderando seu consumo e adotando um estilo de vida sustentável, que inclui tecnologias de energia renovável. No entanto, sem prestar atenção na forma como o dinheiro está sendo investido, há uma grande possibilidade de apoiar inconscientemente as práticas que destroem nosso planeta.
Este manual para o desinvestimento oferece um roteiro, ferramentas e recursos para os católicos interessados em se engajar no diálogo e no ativismo em prol do desinvestimento em suas famílias, organizações ou comunidades. Isso pode incluir congregações religiosas, pequenas paróquias e fundos diocesanos católicos ou organizações maiores, como associações de caridade, hospitais, fundos arquidiocesanos, universidades católicas e fundos de aposentadoria, seguro ou pensões. Este manual é, por definição, genérico, de forma que você terá que aplicar os princípios e processos em seu contexto particular.
Um dos objetivos é o desinvestimento dos combustíveis fósseis, mas defender o seu posicionamento também é importante e requer um esforço continuado por um certo período. Será útil criar seu próprio roteiro a partir deste manual, para ajudá-lo a imaginar e traçar um caminho para o objetivo pretendido.
O foco deste manual está mais voltado para o desinvestimento do que para o reinvestimento. O desinvestimento e o reinvestimento têm dois propósitos diferentes. O desinvestimento tem o potencial de desafiar a licença social das empresas extrativistas de combustíveis fósseis, que atualmente têm tanto poder e riqueza em detrimento da vida na Terra. Ainda que tenha muito mais a ver com assumir uma posição em relação à justiça social e ecológica, este é um processo relativamente mais simples, ao passo que o reinvestimento em tecnologias de baixa emissão de carbono é um passo mais complexo. O reinvestimento tem mais a ver com assegurar que o dinheiro de sua organização seja investido em empresas benéficas para a sociedade.
Qualquer um desses processos certamente levará bastante tempo. Isso pode exigir uma certa persistência e pode levar a um aumento nos custos da organização. Isso também pode significar que mais habilidades serão necessárias para gerenciar os investimentos, ou mesmo mudanças na área de pessoal. Os gerentes de investimento, em particular, tendem a dizer que o que está sendo solicitado é impossível, de forma que os ativistas precisam mostrar que não desistirão fácil.
O primeiro passo para um ativismo bem sucedido é construir uma grande base de conhecimento, para compartilhar e gerar apoio dentro de sua comunidade ou organização em particular. Quais foram as primeiras dúvidas que você teve sobre desinvestimento? Quais são as dúvidas que você sabe que a sua comunidade tem sobre desinvestimento?
Quanto mais você conseguir aprender sobre a sua tradição religiosa e suas estruturas institucionais, mais bem equipado você estará para levar sua comunidade religiosa ao desinvestimento. Comece por aqui.
O desinvestimento, e o processo e o engajamento público que ele envolve, são formas de redefinir o código moral da sociedade. Nesta perspectiva, o desinvestimento não se resume às instituições religiosas manterem sua própria integridade ou responderem a uma resistência obstinada. Trata-se de deslegitimar e desnaturalizar a indústria alvo, criando um divisor de águas moral na sociedade e encorajando ou pressionando os líderes políticos para que abordem as questões que eles antes evitavam.
Em termos práticos, o desinvestimento é uma estratégia em que, por razões éticas, os investidores retiram o seu dinheiro de empresas envolvidas com uma determinada indústria, que utilizam certas práticas trabalhistas/sociais/ambientais e/ou que operam em uma certa área geográfica. É o processo de excluir dos investimentos de um indivíduo ou de uma organização aquelas empresas consideradas antiéticas. Normalmente, isso envolve um processo com diferentes fases para mover os recursos de um portfólio já existente e mais convencional para um portfólio alternativo. A primeira fase envolve a exclusão de empresas envolvidas de forma mais direta na indústria considerada antiética, ou “expostas” a ela. As fases posteriores envolvem a exclusão de empresas com uma exposição menos direta e, em seguida, das empresas com exposição indireta.
Neste caso, a indústria considerada antiética é a exploração ou extração de carvão, petróleo e gás e a infraestrutura necessária para essas atividades, incluindo oleodutos e transporte. Há diferentes tipos de decisões referentes aos tipos de desinvestimento, que pode ser “total” ou “parcial” ou pode excluir categorias particulares de investimentos.
A campanha de desinvestimento dos combustíveis fósseis começou após a publicação do relatório Carbono incombustível da Carbon Tracker Initiative, em 2012. O relatório proporcionou uma análise de até onde a poluição atmosférica por carbono pode continuar antes de atingir o limite (até então) aceitável de um aumento de 2ºC na temperatura média global (hoje, o ideal seria um aumento máximo de 1,5ºC). O máximo que podemos emitir é menos do que 400 gigatoneladas de CO2. O total das reservas em propriedade das empresas e governos é aproximadamente seis vezes mais do que isso. Manter a situação como está atualmente significaria que esse “orçamento de carbono” será esgotado em apenas 10 anos (contando a partir da data desta publicação). Como é impossível parar de repente a partir de hoje, nós precisamos começar a reduzir a extração e a queima de combustíveis fósseis imediatamente.
Apesar disso, as empresas mineradoras não estão diversificando suas atividades. Na realidade, elas continuam gastando bilhões em novas explorações e em formas não convencionais de extração de combustíveis fósseis, como areia betuminosa ou gás de carvão, que são ainda mais perigosas para o meio ambiente do que as reservas convencionais. Assim, os ambientalistas têm pedido aos investidores que enviem um sinal para o mercado, indicando que essas indústrias mineradoras estão criando riscos inaceitáveis para a vida na Terra.
Mais de 80 teólogos, eticistas e líderes religiosos proeminentes, alguns deles católicos, assinaram uma declaração em apoio ao desinvestimento dos combustíveis fósseis e ao reinvestimento em energia limpa por parte das comunidades religiosas, entre eles o Arcebispo Desmond Tutu. Declaração dos teólogos sobre o desinvestimento dos combustíveis fósseis Signatários
Na ocasião da visita do Papa Francisco às Filipinas em janeiro de 2015, a Cáritas Filipinas, uma divisão da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas, entregou a ele uma carta poderosa. Eles pediram que o Papa Francisco os apoie na luta para colocar um fim nos investimentos em combustíveis fósseis e em projetos que destroem o meio ambiente.
“O movimento de desinvestimento desempenhou um papel fundamental ao auxiliar na libertação da África do Sul. As empresas compreendiam as lógicas monetárias mesmo quando elas não eram governadas pelos ditames da moralidade. As mudanças climáticas também são uma questão profundamente moral, evidentemente. Aqui na África, nós vemos o terrível sofrimento das pessoas devido às secas cada vez piores, aos preços crescentes dos alimentos, às enchentes, embora elas não tenham feito nada para causar essa situação. Mais uma vez, nós podemos nos unir como um só mundo e colocar a pressão onde ela faz diferença." - Arcebispo Desmond Tutu
no site da Australian Religious Response to Climate Change (ARRCC, na sigla em inglês para Resposta Religiosa Australiana para as Mudanças Climáticas).
Mudanças climáticas como questão de justiça social
As mudanças climáticas são uma questão de justiça social porque são as comunidades mais vulneráveis, a maioria do sul global, que é afetado mais rápido e com mais força por impactos climáticos como o aumento do nível dos mares, eventos climáticos extremos e desequilíbrios no sistema climático. Elas têm meios limitados para se adaptar ou se recuperar e por isso vivenciam a destruição de suas vidas e meios de subsistência, insegurança alimentar, desalojamentos e muito mais. Elas não contribuíram para a destruição ecológica, mas pagam por isso. Da mesma forma, as gerações futuras pagarão um preço muito alto, embora não tenham criado o problema.
Nesse meio tempo, são as empresas e indivíduos abastados que se beneficiam dos lucros dos investimentos intensivos em combustíveis fósseis, enquanto vivem estilos de vida consumistas que geram emissões desproporcionais de gases de efeito estufa.
Aprendizados da Laudato Si’
Veja as principais citações do Papa Francisco sobre o meio ambiente:
A “Laudato Si’: sobre o cuidado da casa comum” é claramente um marco significativo. A Laudato Si’ explora as várias dimensões da destruição ambiental em nosso mundo, mas, assim como em todo o ensino social católico, a principal preocupação é com a justiça.
O aquecimento global é um tema abordado com frequência pela encíclica. “Tornou-se urgente e imperioso o desenvolvimento de políticas capazes de fazer com que, nos próximos anos, a emissão de dióxido de carbono e outros gases altamente poluentes se reduza drasticamente, por exemplo, substituindo os combustíveis fósseis e desenvolvendo fontes de energia renovável.” (Parágrafo 26)
“Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser, progressivamente e sem demora, substituída. (…) A política e a indústria reagem com lentidão, longe de estar à altura dos desafios mundiais.” (Parágrafo 165)
Não só as indústrias têm “reagido com lentidão”: o Papa refere-se também à distorção internacional das informações por parte da indústria dos combustíveis fósseis com a intenção de influenciar nas negociações climáticas. “A submissão da política à tecnologia e à finança demonstra-se na falência das cúpulas mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos.” (Parágrafo 54)
O Papa Francisco elogia grupos de cidadãos e organizações não-governamentais que militam pelo cuidado com o meio ambiente. Ele defende os boicotes de consumidores que “conseguem que se deixe de adquirir determinados produtos e assim se tornam eficazes na mudança do comportamento das empresas, forçando-as a reconsiderar o impacto ambiental e os modelos de produção. É um facto que, quando os hábitos da sociedade afetam os ganhos das empresas, estas vêem-se pressionadas a mudar a produção. (…) ‘Comprar é sempre um ato moral, para além de econômico.’” (Parágrafo 206)
Na questão dos investimentos alternativos e éticos, “[o]s esforços para um uso sustentável dos recursos naturais não são gasto inútil, mas um investimento que poderá proporcionar outros benefícios econômicos a médio prazo.” (Parágrafo 191)
Nessa encíclica papal, o Papa Francisco não aborda explicitamente as questões de investimento ético, mas certas conclusões podem ser retiradas dos numerosos ensinamentos do texto. Eles formam uma base sólida para propor que tanto o desinvestimento dos combustíveis fósseis e o investimento em baixas emissões de carbono são as alternativas mais éticas para aqueles que têm dinheiro para investir.
Em junho de 2015, a universidade jesuíta Georgetown tornou-se a segunda universidade católica após a Dayton a tomar a decisão de desinvestir, retirando seus investimentos das empresas cujo interesse primário é a mineração de carvão.[1]
A lista completa de organizações católicas que tomaram algum tipo de decisão de desinvestimento dos combustíveis fósseis até 18 de junho de 2016 é:
Quatro ordens religiosas na Austrália:
Há campanhas de desinvestimento organizadas por alunos de diversos campi, inclusive o Boston College e a Fordham University. Acadêmicos de várias instituições católicas demonstraram um interesse ativo.
Os Arabella Advisors criaram um belo recurso chamado Assets in Action (em português: Ativos em Ação) com estudos de caso detalhados de organizações católicas que escolheram retirar seus investimentos dos combustíveis fósseis. Elas são as Irmãs Franciscanas de Maria e a Universidade de Dayton.
O ensino social da igreja tem muito potencial para oferecer apoio às ações para eliminar os investimentos intensivos em combustíveis fósseis, principalmente nas indústrias extrativistas. No entanto, os investidores católicos ainda não reavaliaram seu entendimento sobre as práticas de investimento ético neste momento histórico.
Muitos investidores institucionais católicos conscientes pretendem aplicar o modelo de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês para “environmental, social and governance”) e os Princípios da ONU para o Investimento Responsável. Em seu artigo “Princípios Católicos para Investimentos Hoje“, Howell, Ormerod e Remond sugerem que esses princípios já não são eticamente suficientes ou cientificamente sólidos. Mesmo quando os investidores aplicam modelos adicionais, sua interpretação de “investimento ético” ou “investimento socialmente responsável” normalmente não exclui investimentos em mineração e exportação de combustíveis fósseis. A ESG e os Princípios da ONU para o Investimento Responsável baseiam-se em uma “definição fraca” de cuidados sociais e com o meio ambiente.
Uma “definição forte” para responsabilidade social corporativa descreve o cuidado necessário para vivermos de acordo com a capacidade dos sistemas ecológicos que mantêm a vida em nosso planeta. A encíclica do Papa Francisco estimula uma “ecologia integral”, uma abordagem para a vida que unifica nossas necessidades espirituais profundas, as relações com os demais (principalmente com os pobres), a conexão com a natureza e o amor de Deus. Parte disso é a necessidade de reduzir consideravelmente as atividades com combustíveis fósseis para evitar a destruição do nosso planeta. Esses conceitos da encíclica endossam uma definição forte de sustentabilidade.
Quanto dinheiro sua comunidade religiosa perdeu nos últimos três anos por investir em combustíveis fósseis? O Decarbonizer é uma ferramenta on-line gratuita em que você pode descobrir o impacto dos combustíveis fósseis em um portfólio. Essa ferramenta pode ajudar a impulsionar o argumento financeiro a favor do desinvestimento, fortalecendo o argumento moral de que é errado lucrar com a destruição do planeta.
Em alguns casos, parte ou todo o dinheiro de uma instituição pode estar investido em fundos de investimento. Você pode descobrir as ações de muitos fundos de investimento no As You Sow Mutual Fund Tracker.
O desinvestimento tem uma história longa nas comunidades religiosas. No século passado, vários grupos judeus, cristãos, hindus, muçulmanos e budistas desinvestiram de empresas cujas atividades incluíam tabaco, bebidas alcoólicas, armas, penitenciárias privadas, jogos de azar, entretenimento adulto, entre outras. Grupos religiosos também desinvestiram de empresas que operavam em países cujos governos violam sistematicamente os direitos humanos. Elas desinvestem por três razões principais:
Grupos religiosos desinvestiram de empresas que, regularmente e intencionalmente, realizam atividades que ferem ou matam um grande número de pessoas. Desinvestir dessas empresas representa uma recusa em lucrar com atividades incompatíveis com uma missão religiosa fundamental e seu propósito.
O fato de que a Exxon-Mobil ocultou por décadas suas pesquisas de ponta sobre o clima e sua atuação ativa no movimento de negação das mudanças climáticas é um exemplo claro de danos intencionais, graves e em larga escala. A reportagem da InsideClimate News, “Exxon: The Road Not Taken” (em português: "Exxon: o caminho preterido") explica o escândalo.
Quando as ações de ativismo junto aos acionistas não conseguem gerar uma mudança significativa, desinvestir da empresa é uma resposta razoável a um comportamento corporativo imoral. No caso das mudanças climáticas, o ativismo junto aos acionistas ainda não conseguiu concessões significativas por parte da indústria dos combustíveis fósseis. A Divest-Invest Philanthropy (em português, Filantropia em Desinvestimento-Investimento) cita inúmeros exemplos de fracasso do ativismo junto a acionistas de empresas de petróleo e gás nos EUA nas páginas 19 a 21 de sua publicação “Doing good. Performing Better” (em português, “Fazer o bem. Ter um desempenho melhor”). Citando esse texto:
“até agora, não há nenhuma evidência de que aliar-se a empresas de combustíveis fósseis será uma estratégia eficaz para reduzir as emissões globais de carbono no tempo necessário”. (p. 19)
O desinvestimento, bem como o processo e o engajamento público que ele envolve, é uma forma de redefinir o código moral da sociedade. Nessa perspectiva, o desinvestimento não se resume às instituições religiosas manterem sua própria integridade ou responderem a uma resistência obstinada. Trata-se de deslegitimar e desnaturalizar a indústria alvo, criando um divisor de águas moral na sociedade e encorajando ou pressionando os líderes políticos para que abordem as questões que eles antes evitavam.
O desinvestimento dos combustíveis fósseis preenche esses três critérios. O sofrimento e os danos causados pelas mudanças climáticas serão maiores do que os danos causados pelos alvos de todas as campanhas religiosas de desinvestimento anteriores, combinados. O modelo de negócios da indústria dos combustíveis fósseis não garante nada a não ser um aumento desses danos. A indústria demonstra sua resistência às mudanças por meio de campanhas de relações públicas intencionalmente enganadoras e lobby extensivo contra a legislação climática. Uma mudança rápida para longe de um futuro com alto consumo de carbono não acontecerá sem pressão pública intensa e constante.
Divest and Reinvest Now!: The Religious Imperative for a Fossil Fuel Divestment and Reinvestment in a Clean Energy Future (em português, "Desinvista e reinvista agora: o imperativo religioso para desinvestir dos combustíveis fósseis e reinvestir em um futuro com energia limpa") é um ensaio introdutório que apresenta um marco teológico para considerar as possibilidades de desinvestimento e reinvestimento. O ensaio inclui questões para discussão.
Mudanças significativas começam com relacionamentos. Na prática, muito do trabalho envolvido no desinvestimento dos combustíveis fósseis está em conseguir apoio ao desinvestimento entre os tomadores de decisão da organização. Este processo leva tempo. Ele requer que pelo menos uma pessoa, mas idealmente um grupo de pessoas, converse e encoraje os demais a adotarem uma forma diferente de pensar sobre investimento ético.
Assim que você tiver identificado as pessoas que possam se interessar por essas questões, convide-as para uma reunião informal para explorar mais a fundo a possibilidade de começar alguma forma de ativismo para que a organização tome a decisão de desinvestir dos combustíveis fósseis.
Junte-se ao movimento para desinvestir e reinvestir! Muitos líderes religiosos já estão engajados em campanhas para desinvestir dos combustíveis fósseis e reinvestir em energia limpa. Abaixo, listamos recursos ótimos de pessoas que já estão trabalhando nisso: Grandes campanhas religiosas pelo desinvestimento Exemplos de resoluções religiosas de desinvestimento Desinvestimento e reinvestimento global: uma lista de todos os esforços religiosos pelo desinvestimento conhecidos
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Deveres religiosos com temas que podem estar relacionados com o desinvestimento e com o dever de cuidar da Terra: - Quaresma - 1º de setembro, Dia Mundial de Oração, chamado pelo Papa Francisco - Jejum de São Francisco - Advento
Educação e discussão são tão importantes quanto a própria decisão que é tomada.
Sugestões de livros para grupos de estudo com temas sobre religião, meio ambiente e cuidado com a Criação: - GreenFaith, do Rev. Fletcher Harper - Resisting Structural Evil, da Dra. Cynthia Moe-Lobeda - The Comforting Whirlwind, de Bill McKibben - This Changes Everything, de Naomi Klein - Grounded, de Diana Butler Bass
Sugestões de páginas do Facebook para acompanhar em busca de ideias para publicações: - Divest and Reinvest Now! , da da GreenFaith - Fossil Free - Fossil Free Faith Canada - Fossil Free PCUSA - Fossil Free UMC - DivestInvest - 350.org
Recursos de mídia O guia da 350.org “Get the Word Out” inclui tópicos de discussão, dicas de como atingir novas pessoas, modelos e muito mais.
FAQs: Perguntas e respostas de campanhas denominacionais e ecumênicas. FAQ da Bright Now (Reino Unido) FAQ da Fossil Free Faith (Canadá) FAQ da Fossil Free PCUSA (Igreja Presbiteriana dos EUA) FAQ da Fossil Free UMC (Igreja Metodista Unida)
Não é preciso esperar que a decisão já esteja na fase de implementação para que o mundo saiba que ela foi tomada. Essa divulgação pode ocorrer assim que a resolução for aprovada, como ocorre com frequência fora da Igreja Católica.
Um elemento importante para a eficácia do desinvestimento para o bem comum é o ato de tornar pública a decisão. Mesmo se o alcance for pequeno, há um potencial simbólico socialmente significativo em desinvestir dos combustíveis fosseis e reinvestir em tecnologia com baixos níveis de carbono. Mesmo que a integridade ética demonstrada por essas decisões tenha valor intrínseco, muito de seu impacto benéfico está na mensagem profética que essas decisões passam para a sociedade em geral.
Tornar públicas essas decisões faz com que elas passem da esfera da moralidade privada para a profética. O lobby dos combustíveis fósseis tem gasto muitos milhões de dólares ao ano para conquistar os corações e mentes tanto dos políticos quanto do público em geral. Ao tornar as decisões públicas, as organizações contribuem para a força dessa crescente pressão social para tirar dessas empresas sua licença social, além de mostrar para a opinião pública que a criação precisa ser resguardada da exploração contínua das reservas de combustíveis fósseis. Nosso lar comum precisa ser protegido.
Se você tiver permissão para compartilhar as novidades, faça com que elas corram o mundo! Para obter mais informações, confira o guia de mídia Go Fossil Free (Fique Livre dos Combustíveis Fósseis). Não se esqueça de procurar todas as pessoas que participaram do processo e agradeça a elas por seu comprometimento e apoio. E notifique a GreenFaith para que possamos adicionar sua ação à lista global de iniciativas religiosas pelo desinvestimento.
Saber que esse processo pode levar até cinco anos pode ajudar sua organização a implementar essa decisão.
Universidade de Dayton: um estudo de caso
Como o processo de desinvestir e reinvestir realmente funciona? A Universidade de Dayton, uma instituição de ensino católica, tomou a decisão de desinvestir dos combustíveis fósseis em 2013. Veja aqui como as lideranças da universidade concretizaram seu comprometimento. (conteúdo a ser adicionado em breve!)
Apresentamos alguns próximos passos que você pode seguir: